Gravar uma canção é uma dádiva!
É um trabalho de uma meticulosidade técnica e espiritual inexplicável para quem não é habituado às entranhas de um estúdio.
Para estabelecer minha conexão com o universo, em épocas de gravação me desligo e desconecto completamente do planeta. Vivo intensamente o processo e não me envolvo em outra coisa. É comum os mais próximos reclamarem do meu sumiço nesses períodos.
O processo de gravação é um mergulho cansativo e intenso que requer preparação, concentração, conexão e transcendência, para quem se propõe a encara-lo ritualisticamente, é claro…
Eu sou desses. Me preparo muito, técnica e espiritualmente para este momento em que me elevarei para não se sabe onde, e canalizarei um superpoder de não se sabe o quê, que vai durar enquanto aquela canção estiver me espremendo as notas e as palavras.
Arrepios, lágrimas, contrações e espasmos são comuns nessas horas.
Me preparo muito para as coisas poderosas que acontecem ao se gravar uma canção.
Gravar canções lava almas.
Apesar de nunca ter parido, vou me atrever a comparar a um parto. É isso. Um parto.
A gente sabe quando pariu algo especial.
Em Janeiro mostro para vocês!
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